A influência da altitude nas apostas
Temida por jogadores e torcedores, a altitude é figurinha carimbada na Copa Libertadores da América. Há quem diga que a altitude é o “12º jogador” ou até um time inteiro, mas apelidos à parte, a verdade é que o fator favorece (e muito) as equipes que atuam em locais altos quando enfrentam adversários não habituados.
E como nós do Quero Apostar prezamos pela boa análise dos jogos, decidimos elaborar este artigo, que abordará os diversos tópicos que rondam o tema “Altitude”, sempre adaptando isso às apostas, já que o fator precisa ser levado muito em conta na hora de apostar quando for existente.
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O que é altitude?
Antes de começar a explicação da altitude exclusivamente no futebol, precisamos entender o que é altitude em sua definição, mesmo que a maioria já saiba o que é. Aliás, a explicação é simples: altitude é a distância vertical medida entre um determinado ponto e o nível médio do mar.
Para exemplificar, segue a imagem elaborada pelo site Geógrafos, que ilustra e simplifica o que é altitude em uma só imagem.
Observe que na figura acima estão demarcados os pontos A, B, C, possuindo cada ponto as seguintes altitudes:
Ponto A: 400m de altitude
Ponto B: 600m de altitude
Ponto C: 900m de altitude
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O futebol nas grandes altitudes
Polêmica nos debates esportivos brasileiros, a altitude é sempre motivo de reclamação pelos nossos clubes quando vão encontrá-la em algum local. Isso se deve ao fato das diversas mudanças que alteram o andamento normal do corpo humano. Veja as alterações que acontecem na imagem abaixo.
(Imagem: Globo Esporte)
Assim, é nítido que o fator altitude atrapalha o desenvolvimento do futebol de uma equipe que não está habituada às condições do local. Para exemplificar, vamos imaginar um jogo entre Real Potosí (clube localizado em Potosí, a cidade mais alta do mundo, com 4.090m acima do nível do mar) e Santos (localizado em Santos, cidade litorânea e por isso, obviamente, no nível do mar). É claro que o Santos terá problemas em campo, como os listados acima, perdendo a velocidade dos seus jogadores (não habituado, o atleta perde sua velocidade de 13 km/h para 9 km/h em uma partida realizada em altitude acima de 3000m), cansaço mais rápido e alteração na velocidade da bola (sim, isso também acontece na altitude). Além disso, o goleiro da equipe brasileira sofrerá com tempo de reação e adaptação à mudança de trajetória da bola.
Exemplificando novamente, usamos a imagem elaborada pelo site Física e Vestibular para mostrar os efeitos do corpo humano em uma cidade no nível do mar (Rio de Janeiro), uma cidade em grande altitude (La Paz, Bolívia) e no Monte Everest, a mais alta montanha da Terra, localizada na cordilheira do Himalaia, no continente asiático.
E não para por aí! A bola também muda conforme a altura vertical se altera, chegando com mais força e mais alta, porém, preservando sua velocidade.
Abaixo o quadro informa as mudanças da trajetória da bola se compararmos uma partida no Rio de Janeiro e La Paz.
Aliás, para quem acha frescura quando os jogadores reclamam da altitude, vale lembrar uma frase de Tande, ex-jogador de vôlei: “Eu achava que esse papo de altitude era frescura, sempre critiquei os jogadores quando usavam isso como desculpa, como fiz mal. Errei…”
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A influência da altitude nas apostas
Após explicarmos todos os efeitos da altitude, chegou a hora mais interessante: a adaptação do tema às apostas.
Primeiramente, vale ressaltar que a cada 500m de altitude, as sensações do corpo também mudam. Ou seja, enfrentar o Independiente del Valle, do Equador, sediado em Sangolquí (2500m acima do nível do mar) é bem diferente do que enfrentar o Real Potosí (4090m). Assim, altitude não pode ter sempre o mesmo peso, até porque apenas 15% das pessoas sentem algum tipo de desconforto a 2000m de altura, porém, o índice muda quando analisamos o gráfico de sintomas negativos em altitude acima de 4000m: 60% das pessoas sentem desconforto.
Outro ponto importante na hora de apostar é saber quando a equipe visitante chegou na cidade. Estudos apontam que o processo de habituação é sempre maior quando a equipe em questão chega no local o quanto antes, porém, há quem use a estratégia de chegar à cidade do jogo poucos minutos antes da partida iniciar, ao passo que os primeiros efeitos negativos na altitude começam 120 minutos após a chegada ao local. Ou seja, se uma equipe chega no estádio a trinta minutos de uma partida começar, certamente seus jogadores só sentirão os efeitos no final da segunda etapa ou até depois do jogo.
Fora isso, é bom saber se os times da altitude têm jogadores que chutam bem de fora da área, já que a bola muda de velocidade para os visitantes. Outros fatores importantes que podem ajudar na análise: jogadores com histórico ruim na altitude (Messi vomitar na Bolívia, por exemplo), se o time visitante é formado por jogadores com idade avançada e histórico entre as equipes.
É bom também olhar para o outro lado e verificar se a cidade, mesmo sendo pertencente a país andino, tem altitude. O Oriente Petrolero, de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, não tem a altitude como amiga, ao passo que sua cidade está somente a 416m do nível do mar. Ou seja, nunca associe de primeira as palavras “Bolívia” e “altitude”. Estude antes de apostar!
Para finalizar, apostas interessantes em gols podem ser feitas em jogos com essa diferença. Apostar no segundo tempo com mais gols ou gol nos últimos 10, 15 minutos pode ser uma boa, ao passo que a condição física dos visitantes cai consideravelmente a medida que o tempo passa, enquanto os “times da altitude” continuarão em ritmo normal de jogo. Além disso, sempre veja com bons olhos uma partida em que um time visitante esteja vencendo por 2 a 0, ao passo que uma virada pagará bem e é totalmente possível.
A “subtração da altitude”
Outro ponto interessante, desenvolvido por Nilo Neto, um de nossos seguidores, é a comparação entre mandante x visitante. Ou seja, fazer a subtração da altitude da cidade do time mandante com a altitude da cidade do time visitante. Exemplificando:
Cobresal x Atlético-MG (altitude de El Salvador, cidade do Cobresal = 2300 metros – altitude de Belo Horizonte, cidade do Atlético-MG = 852 metros, dando o valor de 1448 metros). Assim, como não está acima da faixa de 2000 metros, o Atlético-MG não sentirá diferença)
Cobresal x Santos (altitude de El Salvador, cidade do Cobresal = 2300 metros – altitude de Santos = 0 metros, dando o valor de 2300 metros). Neste caso, o Santos sofrerá com a altitude, pois estará a 2300 metros acima de sua altitude habitual.
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Com quem tomar cuidado?
É bom sempre tomar cuidado com parte dos clubes da América Andina, que é constituída pelos países da América do Sul atravessados pela Cordilheira dos Andes. No bloco estão Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru, além da Venezuela, que faz parte, mas não tem nenhum clube que esteja em grande altura vertical. O México também entra na lista de equipes perigosas no fator altitude, mas não faz parte da América Andina.
Para finalizar, visando apoiar você, apostador, elaboramos uma lista com todos os clubes de primeira divisão de países que disputam a Copa Libertadores da América, ou seja, o México está incluso nela.
- No estudo, foram excluídos todos os clubes com altitude menor que 1920m, pois consideramos que abaixo disso, poucas pessoas sentem algum tipo de mudança no corpo. A lista apontará clube, cidade, país e altitude, respectivamente.
Let’s go!
Clubes com altitude acima de 1920m
Aurora – Cochabamba (Bolívia) – 2574 metros
Bolívar – La Paz (Bolívia) – 3640 metros
The Strongest – La Paz (Bolívia) – 3640 metros
San José – Oruro (Bolívia) – 3735 metros
Jorge Wilstermann – Cochabamba (Bolívia) – 2574 metros
Real Potosí – Potosí (Bolívia) – 4090 metros
Universitário Sucre – Sucre (Bolívia) – 2810 metros
Nacional Potosí – Potosí (Bolívia) – 4090 metros
Cobresal – El Salvador (Chile) – 2300 metros
Cobreloa – Calama (Chile) 2600 metros
Boyacá Chicó – Tunja (Colômbia) – 2822 metros
Deportivo Pasto – Pasto (Colômbia) – 2527 metros
Fortaleza – Bogotá (Colômbia) – 2640 metros
Ind. Santa Fé – Bogotá (Colômbia) – 2.640 metros
La Equidad – Bogotá (Colômbia) – 2640 metros
Millionarios – Bogotá (Colômbia) – 2.640 metros
Once Caldas – Manizales (Colômbia) – 2.200 metros
Patriotas – Tunja (Colômbia) – 2.822 metros
Águilas Doradas – Rionegro (Colômbia) – 2080 metros
Universidad Católica – Quito (Equador) – 2700 metros
Aucas – Quito (Equador) – 2700 metros
LDU – Quito (Equador) – 2700 metros
El Nacional – Quito (Equador) – 2700 metros
Deportivo Quito – Quito (Equador) – 2700 metros
Ind. del Valle – Sangolquí (Equador) – 2500 metros
Mushuc Runa – Ambato (Equador) – 2500 metros
LDU Loja – Loja (Equador) – 2060 metros
Deportivo Olmedo – Riobamba (Equador) – 2750 metros
Club América – Ciudad del México (México) – 2250 metros
Cruz Azul – Ciudad del México (México) – 2250 metros
Pumas UNAM – Ciudad del México (México) – 2250 metros
Toluca – Toluca (México) – 2700 metros
Monarcas Morelia – Morelia (México) – 1920 metros
Pachuca – Pachuca de Soto (México) – 2432 metros
Puebla – Puebla de Zaragoza (México) – 2135 metros
Ayacucho – Ayacucho (Peru) – 2761 metros
Melgar – Arequipa (Peru) – 2335 metros
Real Garcilaso – Cuzco (Peru) – 3399 metros
Sport Huancayo – Huancayo (Peru) – 3271 metros
UTC – Cajamarca (Peru) – 2750 metros
Cienciano – Cuzco (Peru) – 3399 metros
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