Fator tático nas apostas

Não é segredo que um apostador mais informado certamente fará melhores apostas e terá mais chances de ser lucrativo. Parte importante da análise de um jogo é tentar prever como esse irá se desenhar, e isso só pode ser feito se você conhecer os times.

Eu falei nesse vídeo sobre a importância de se assistir ao VT dos últimos jogos das equipes, que são basicamente o resumo do que de melhor aconteceu no jogo. Não obstante, essa análise será muito mais frutífera se conhecer profundamente cada um dos times. Uma maneira excelente de fazer isso é aprendendo sobre plano tático.

Abaixo reproduzo um texto do Eduardo Cecconi, um expert no assunto:

A importância da tática no futebol: 

Embora não seja uma guerra, o futebol é o confronto entre duas nações representadas pelos seus “guerreiros” no campo. Por isso, mesmo sendo um esporte, ele adapta o conceito de tática utilizado nas guerras: tática é a arte de dispor e ordenar tropas para combate.

Restringindo-se agora apenas ao futebol, dá para acrescentar outro conceito. Como as equipes são compostas por pelo menos três setores – defesa, meio-campo e ataque – é preciso aplicar um sistema, responsável pela coordenação das partes entre si, transformando o que poderia ser um emaranhado de 11 jogadores em uma estrutura organizada.

Para isso, a partir da década de 1930, o futebol passou a evoluir com a criação de diversos sistemas táticos, responsáveis pela organização das equipes.

Aspectos táticos:

É preciso diferenciar três aspectos que contribuem para a execução do sistema tático adotado pela equipe. Existem três tipos de táticas, e todas elas devem ser levadas em consideração pelo treinador de futebol.

Tática Individual: é a função desempenhada pelo jogador. Dentro da proposta coletiva, o técnico precisa estabelecer de maneira clara e eficiente o papel de cada um. Envolve as orientações sobre a movimentação do jogador, a postura ofensiva e a postura defensiva.

Tática de grupo: é o planejamento dirigido a um setor específico. Envolve as atribuições de cobertura, apoio à marcação, linhas de passe e triangulações, ocupação e abertura de espaços. Exemplo: tática de grupo para defesa e ataque no lado direito do campo, envolvendo o lateral-direito, o primeiro volante e o meia-articulador. Conforme suas táticas individuais, todos precisam saber como auxiliar uns aos outros na marcação, e como se movimentar organizadamente nas investidas de ataque.

Tática coletiva: é o planejamento adotado para todo o time, aquele “dos números”, responsável por interligar e coordenar as táticas de grupo. Mas o sucesso da tática coletiva depende da maneira como o treinador define as funções de cada jogador (táticas individuais) e a movimentação ordenada de cada setor (táticas de grupo). Apenas definir o sistema tático, sem o cuidado de organizar as partes e as individualidades, não é suficiente.

Estratégia:

A estratégia não pode ser confundida com o sistema tático. Ela na verdade é a maneira como vai se comportar a equipe em campo. Independentemente do sistema tático, o time pode adotar uma postura mais ofensiva ou mais defensiva. Com o mesmo sistema tático, um time pode modificar a estratégia dentro de um jogo – invertendo jogadores de posição, por exemplo, ou alterando o sistema de marcação.

Mais ligada às táticas individual e de grupo, a estratégia leva em consideração a movimentação dos jogadores na marcação (cobertura, antecipação) e na articulação (antecipação, criação de espaços, formação de linhas de passe), e a característica dos atletas. Times que se enfrentam com o mesmo esquema tático podem ter estratégias diferentes.

Por isso, é importante que os jogadores tenham capacidade para compreender as atribuições de cada função dentro da tática coletiva, assimilando mais de uma tática individual. Isso oferece a oportunidade para que o treinador altere a estratégia com a bola rolando, sem a necessidade de fazer substituições, apenas modificando a função dos jogadores.

Zonas de marcação:

A definição do sistema de marcação é fundamental dentro da estratégia de cada equipe. Mas também é preciso levar em consideração o preparo físico e a movimentação do adversário na definição do sistema de marcação. De nada adiantaria, por exemplo, definir uma marcação-pressão se a equipe não tem condições físicas de aguentar essa exigência por muito tempo.

            Zona: é a marcação utilizada principalmente nos clubes da Inglaterra. Delimitada a zona de atuação de cada jogador (tática individual), ele vai dar combate nos adversários que por ali transitarem. Exige muita visão periférica para antecipar as jogadas e fazer a abordagem correta no momento em que for exigido.

            Pressão: adiantam-se todos os setores (tática de grupo) e a marcação é feita no campo do adversário. Os atacantes entram em combate direto com os zagueiros para induzir o adversário à ligação direta.

            Meia-pressão: a defesa e o meio-campo adiantam-se, mas a pressão é exercida apenas pelos atacantes, na saída de bola dos adversários.

            Individual: um jogador marca apenas um adversário, acompanhando o atleta em qualquer parte do campo. Utilizada para anular algum jogador diferenciado de criação ou finalização.

            Mista: é diferenciada por setor (tática de grupo). Pode ser adotada pressão no ataque, a zona no meio e a individual na defesa, por exemplo.

Sistemas táticos:

A evolução das regras e do preparo físico levou os treinadores a criar novos sistemas de acordo com a exigência de cada época. No início, o futebol se resumia a um grande número de atletas no ataque. A estratégia era a ligação direta. Mas, com a regra do impedimento, os times precisaram se organizar.

O enfoque passou do ataque para o meio, onde a bola precisaria permanecer por maior tempo em busca da articulação. Cada sistema, entretanto, surge como oposição ao antecessor, exatamente pela necessidade de vencê-lo.

A FIFA reconhece apenas seis sistemas táticos. Os demais são considerados variações destes já existentes: 

W.M – Arsenal – 1925

É o primeiro sistema tático identificado na história do futebol. Tem três zagueiros em linha, dois volantes, dois meias de ligação e três atacantes. Fez tanto sucesso que todos passaram a usá-lo, “espelhando” os confrontos. Quem quisesse vencer teria de aumentar o número de atacantes.

Curiosidade: Dele surgiu o termo “zagueiro central”, utilizado até hoje.

4-2-4 (utilizado pelo Brasil nas Copas de 58 e 62)

Com o objetivo de criar dificuldades para o W.M, surgiu o 4-2-4. Com relação ao antecessor, um volante virou o 4º zagueiro, e um meia virou o 4º atacante. E no confronto com o W.M, ficaram 4 zagueiros para marcar 3 atacantes, e 4 atacantes contra três zagueiros.

Curiosidade: Dele surgiu o termo “quarto zagueiro”, utilizado até hoje.

4-3-3 (utilizado pelo Brasil na Copa de 1970)

A simplificação do 4-2-4 reduziu a permanência da bola no meio-campo, resumindo-se o jogo à ligação direta. Aos poucos, entretanto, a atenção dos confrontos passou do ataque e da defesa para o meio-campo. E assim, o 4-3-3 é o primeiro sistema que busca aumentar a posse de bola no setor de criação. Pode variar de um volante e dois meias para dois volantes e um meia, modificando-se ainda mais com as estratégias de ataque ou defesa (laterais ofensivos ou defensivos, sistema de marcação e movimentação dos atacantes). Hoje, por exemplo, o Barcelona utiliza um 4-3-3 com laterais quase fixos à defesa, em linha, e atacantes de movimentação que jogam em diagonal, ao contrário dos antigos pontas, que corriam para o fundo e faziam cruzamentos. É o mesmo sistema, mas com uma estratégia diferente.

4-4-2 (utilizado pelo Brasil na Copa de 1994)

Cada vez mais as atenções voltaram-se para o meio-campo. E então um dos atacantes passou para o setor de criação, eliminando a existência dos pontas. É um dos sistemas táticos que mais permite variações, dependendo da tática individual dos homens de meio e de ataque: variam o número de volantes e articuladores, o posicionamento de todos, e a característica dos atacantes. No meio, o desenho pode ser o quadrado, o losango, a linha, variando de um até quatro volantes. No ataque, também podem ser dois centroavantes fixos, ou dois atacantes de movimentação, ou então uma combinação entre o centroavante e o atacante.

Curiosidade: Dele nasceu o termo “quarto homem de meio-campo”. 

3-5-2 (nascido na Itália)

Este é o esquema que mais sofre distorções. Nasceu na Itália com o conceito de líbero. O líbero (em italiano, “livre”), está originalmente localizado na defesa, mas é um jogador “livre” para se posicionar conforme as exigências da partida. Dentro do mesmo jogo pode estar atrás da linha de zagueiros – como homem da sobra, à frente deles – como volante, investir pelo meio ou pelas laterais, e até mesmo aparecer na área para concluir. Baresi é o maior exemplo de líbero bem sucedido pela inteligência com a qual se posicionava em campo, sempre atento à hora de modificar a própria posição.

Mas no Brasil o sistema é mal-compreendido. No 3-5-2 tupiniquim, o líbero virou o “homem da sobra”, ou pior: o “terceiro zagueiro”. Atua fincado atrás da linha de zaga, sem liberdade para apoiar nem sequer de posicionar-se à frente deles, como um volante. E assim, o time perde volume no meio-campo.

Compreender a função do líbero é fundamental para o sucesso do 3-5-2, porque apenas com um jogador capaz de assimilar essa tática individual de extrema alternância de funções, com posicionamento, noção de cobertura e movimentação constante, pode exercê-la. Do contrário, o líbero seguirá sendo apenas um rebatedor atrás da linha de zaga.

Outro conceito trazido pelo 3-5-2 é o de alas, abolindo os laterais. Os alas têm na origem a função de não apenas jogar pelos lados, mas também ocupar os espaços de meio-campo na articulação das jogadas.

3-4-3 (Dinamarca 2002/Ájax 1995))

É um sistema quase misto, que se utiliza dos conceitos de defesa do 3-5-2 (líbero, cobertura e posicionamento) de meio-campo do 4-4-2 (diversas possibilidades de desenhos e estratégias) e de ataque do 4-3-3 (retorno do 3º atacante).

Os demais esquemas são considerados pela FIFA variações destes seis reconhecidos. Portanto, o 3-6-1 pode ser visto como uma variação do 3-5-2, o 4-5-1 como uma alternativa ao 4-4-2 e assim por diante.

Material complemtentar:

Conclusão:

O futebol está cada vez mais dependente da força física e da velocidade dos jogadores. E isso irá se refletir nas opções relativas ao sistema tático – incluindo as táticas coletiva, de grupo e individual, à estratégia e ao sistema de marcação.

Por conta disso, devemos dar bastante atenção não só aos jogadores, mas também para a capacidade dos técnicos, pois é claro que cada vez mais teremos mudanças ao longo da partida.

E a melhor maneira de acompanhar todas essas mudanças e vendo jogos ao vivo, motivo pelo qual é crucial ir ao estádio de futebol e acompanhar cada detalhe de uma partida:

Como viu, são muitos os fatores a serem observados ao longo do jogo, e por mais que as casas tentem, é difícil estimar probabilidades tão certeiras dentro de um jogo tão dinâmico.

Um cenário que parece o ideal de início, pode ser facilmente alterado ao longo do confronto, e o apostador que conseguir perceber isso primeiro fará apostas de valor, que como sabe são o sucesso para o lucro no longo prazo.

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