Como diferentes tipos de abridores influenciam na aposta de beisebol

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Tyler Chatwood é um jogador que induz muitas bolas rasteiras

No beisebol, o fator mais importante de uma análise para aposta sem dúvida é o abridor. Esse arremessador joga, em média, seis entradas, o que corresponde a 1/3 da partida. Entre os melhores da liga, alguns conseguem completar oito entradas se estiverem em um dia inspirado sem muitas complicações.

A importância do abridor não pode ser subestimada, e geralmente é ele quem dita as odds. Um exemplo atual pode ser pego no Atlanta Braves, pior time da liga. Lá, o ace (denominação dada ao melhor abridor da franquia), é Julio Teheran, colombiano que está em grande fase. Se ele enfrentar o Pittsburgh Pirates de Jeff Locke, por exemplo, provavelmente os Braves estarão com odds parelhas contra um time que briga diretamente por vaga em pós-temporada.

Além das estatísticas normais (ERA, strikeouts por nove entradas, walks por nove entradas e home runs por nove entradas) e avançadas (FIP, xFIP, WAR, etc), outro fator também conta bem na hora de analisar o que esperar de um abridor: seu estilo de jogo.

No beisebol, dá para separar os abridores em três categorias: groundballer, flyballer e jogador de strikeout. O primeiro citado geralmente induz a muitas bolas rasteiras, enquanto o segundo tende a levar muitas rebatidas para o campo externo e o terceiro faz jus a sua dominação — ou seja, elimina a maioria através de strikeouts.

Groundballers

Esse é um estilo de abridor voltado mais para jogadores da Liga Americana, pois tendem a deixar a bola longe do perigo de home run — sendo que a Liga Americana prevalece os rebatedores de potência se comparado a Liga Nacional. Assim, esse tipo de arremessador procura trabalhar com arremessos como sinker e cutter para levar ao contato fraco no bastão e fazer a defesa funcionar.

Um exemplo perfeito disso é Dallas Keuchel, do Houston Astros. Cerca de 58% de suas eliminações chegam através de bolas rasteiras. Sendo assim, é possível detectar um jogo sem muitos home runs quando Keuchel está no montinho. Em 2015 foi assim, quando cedeu apenas 0,66 por nove entradas.

Se Keuchel enfrentar um ataque que não tem muita força no bastão, é provável que ele não ceda home run e mantenha a bola dentro do estádio — assim aumentando a chance de under ou vitória dos Astros. No entanto, se ele enfrentar um time que constantemente faz contato com a bola, será mais complicado conseguir as eliminações. Times que rebatem para contato adoram groundballers, pois constantemente atacam os arremessos e fazem a defesa funcionar em dobro.

Esse tipo de arremessador depende muito da defesa para ser competente. Um exemplo ruim é Kendall Graveman, do Oakland Athletics. Ele induz a muitas bolas rasteiras, mas o campo interno dos A’s é horrível em defesa e isso complica muito a vida dele.

A média da liga em eliminações por bola rasteira é de 47%. Qualquer variação relevante pra cima indica que ele é um groundballer. Neste link, do Fangraphs, dá para ter a lista de todos os jogadores em termos de eliminações por bola rasteira nesta temporada.

Flyballers

Aqui são jogadores que, com mais frequência, atuam na Liga Nacional — em que tem ataques menos potentes e estádios maiores. O abridor que induz a muitas bolas no campo externo precisa ter muito cuidado para não ceder muitos home runs, e geralmente precisa de um trio de outfielders de qualidade para ir atrás das rebatidas longas.

Um exemplo ideal é Ian Kennedy, dos Royals. O jogador adora arremessar na parte superior da zona de strike e deixar a bola elevada, assim para propositalmente gerar rebatidas frustradas no outfield. No Kauffman Stadium, estádio dos Royals que é muito largo, o estilo de jogo de Kennedy funciona. Se em casa ele tem ERA de 2,30, fora esse número sobe para 5,36.

A diferença é clara. Quando Kennedy sai de um estádio de campo largo e joga em estádios estreitos, a tendência para sofrer home runs é nítida.

Dá para identificar se um jogador é flyballer ou não através da mesma estatística acima, ou seja, através das bolas rasteiras. Se tiver abaixo de 43% de eliminações desse tipo, o abridor é alguém que gosta de induzir a muitas bolas no campo externo.

Strikeout

É o melhor tipo de arremessador para apostar. Esse é o que menos depende da defesa para funcionar. Como o próprio nome diz, é ele contra o rebatedor e geralmente consegue a eliminação pelo terceiro strike.

Geralmente os melhores arremessadores da liga conseguem muitos strikeouts — exemplo de Max Scherzer, Clayton Kershaw e Jose Fernandez. Quando esses arremessadores estão no montinho contra ataques que não conseguem muito contato com a bola, a expectativa é de grandes atuações.

Um jeito bom de medir é através de uma aba no Fangraphs escrita «K%», que é o tanto de strikeouts em porcentagem que cada time leva na temporada — clique no link. Como os Mets, por exemplo, tem o quarto pior índice da liga em stikeouts, enfrentar arremessadores de muitos strikeouts é uma péssima para eles. Para identificar esse tipo de arremessador, clique neste link através de strikeouts por nove entradas.

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Beisebol vai muito além do que aparece como óbvio, e por isso há tantas zebras. É preciso analisar cada variável do jogo para se ter uma boa bet, e sem dúvida o tipo de abridor é fundamental para isso. Muitas vezes a qualidade do arremessador é mascarada — positivamente ou negativamente — através do contexto em que ele joga.

Um groundballer na Liga Nacional tende a se complicar, assim como um flyballer na Liga Americana também não está no melhor cenário.

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